PROJETO DE LEI Nº 1621, DE 2007
(Do Senhor Vicentinho)
Dispõe sobre as relações de trabalho em atos de terceirização e na prestação de serviços a terceiros no setor privado e nas sociedades de economia mista.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 6º A tomadora deverá exigir da prestadora e manter sob sua guarda, para fins de controle e fiscalização, cópia dos seguintes documentos:
b) comprovação do capital social integralizado da prestadora, suficiente para garantir a satisfação dos direitos e créditos trabalhistas, inclusive na rescisão;
d) Certidão Negativa de Débito Previdenciário (CND) pela prestadora;
e) comprovação da propriedade do imóvel-sede ou recibo referente ao último mês, relativo ao contrato de locação da prestadora;
f) inscrição da prestadora no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) da Secretaria da Receita Federal;
h) certidão negativa de infrações trabalhistas pela prestadora, expedida pelos órgãos locais do Ministério do Trabalho e Emprego;
i) acordo coletivo ou convenção coletiva.
Parágrafo Único: Os itens d, g e h deverão ser entregues mensalmente pela prestadora.
I – não haverá distinção de salário, jornada, benefícios, ritmo de trabalho e condições de saúde e de segurança entre os empregados da tomadora e os empregados da prestadora que atuem nas instalações físicas da tomadora ou em outro local por ela determinado;
II – a tomadora será responsável em garantir aos empregados da prestadora, enquanto estes estiverem a seu serviço, os gastos com o deslocamento, bem como, com as acomodações destinadas ao trabalhador terceirizado deslocado do lugar onde iniciou a prestação do serviço;
contratado pela prestadora;
IV - os empregados da prestadora não poderão ser subordinados ao comando disciplinar e diretivo da tomadora;
Art. 8º É proibida a contratação de prestadoras constituídas com a finalidade de fornecer mão-de-obra, ressalvados os casos de trabalho temporário, serviços de vigilância e asseio e conservação.
Art. 9º - A tomadora é solidariamente responsável, independentemente de culpa, pelas obrigações trabalhistas, previdenciárias e quaisquer outras decorrentes do contrato de prestação de serviços, inclusive nos casos de falência da prestadora.
§ 1º. A prestadora é obrigada a fornecer, mensalmente, à tomadora comprovação do pagamento dos salários, do recolhimento das contribuições previdenciárias e do FGTS, bem como cópia das respectivas guias de recolhimento, devendo tais informações e documentos serem fornecidos pela prestadora ou tomadora aos sindicatos das categorias profissionais sempre que por eles solicitados.
§ 2º. A tomadora assegurará o pagamento imediato de salários, 13º salário, férias com o terço constitucional e recolhimento de FGTS, sempre que a prestadora deixar de cumprir estas obrigações com seus trabalhadores.
Art. 10. Haverá vínculo empregatício entre a tomadora e os empregados da prestadora, sempre que presentes os elementos previstos no artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho, que caracterizam a relação de emprego - ressalvados os casos que exigem concurso público para a sua admissão, sem prejuízo do previsto no caput e § 1º do artigo 9º.
Art. 11. Será assegurado aos sindicatos das categorias profissionais representarem os empregados administrativa e judicialmente, na qualidade de substituto processual, com o objetivo de assegurar o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 12. Será constituída Comissão formada por representantes das empresas prestadoras, contratadas e sindicatos de trabalhadores para acompanhamento dos contratos de prestação de serviços.
Art. 13. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita os infratores (tomador e prestador) ao pagamento de multa percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor do contrato de terceirização em favor do trabalhador prejudicado, se movida por este Reclamação Trabalhista perante a Justiça do Trabalho.
§ 1º. No caso de reincidência o valor percentual da multa será de 15% (quinze por cento).
§ 2º. No caso de ações coletivas movidas pelo Ministério Público do Trabalho, entidades sindicais ou em caso auto de infração lavrado por Auditor Fiscal do Trabalho, a multa será cobrada por trabalhador prejudicado e revertida ao Fundo de Amparo do Trabalhador.
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICATIVA
No Brasil, não existe uma legislação específica que regule a terceirização. A Súmula 331 do TST é hoje a principal referência jurídica no assunto. A referida Súmula estabelece que a contratação de mão-de-obra por empresa interposta é ilegal, à exceção do trabalho temporário, serviço de vigilância, conservação/limpeza e os serviços especializados ligados à atividade-meio da tomadora. Entretanto, cabe dizer que as decisões judiciais são contraditórias quanto à sua interpretação.
Tais premissas nos levam a concluir pela importância do Projeto de Lei ora apresentado. É sabido que a terceirização ao invés de proporcionar um bem, tem causado, em alguns casos, graves problemas no aspecto da qualidade e sobretudo nas condições de trabalho.
Nesse sentido é que nós acreditamos na sensibilidade e na responsabilidade dos parlamentares para que se cumpra a missão social do trabalho.
E essas são as razões pelas quais contamos com o apoio dos Ilustres Pares para a aprovação da presente proposição.
Sala das Sessões, em de julho de 2007.
Deputado Vicentinho
PT-SP
2 comentários:
A Hotelaria Accor Brasil S/A, através da terceirização de restaurantes em seus hotéis, descobriu uma maneira muito eficiente de sonegar impostos, transferindo a sonegação de impostos aos terceirizados, que mesmo considerados arrendatários, quando interessa a Accor, não declaram nem mesmo os 10% do faturamento bruto, cobrado pela administradora a titulo de aluguel, mas considerado pela Accor, em seus recibos, como comissão de 10% para a Hotelaria Accor Brasil S/A e para as Sociedades por Cotas de Participação. Além disto instruem os terceirizados a não declarar o faturamento bruto, pois inviabilizaria o restaurante.
Esperamos que a Receita Federal tome conhecimento destes mecanismos danosos para toda a sociedade e passe a fiscalizar não só este tipo de sociedades, mas também os terceirizados que gravitam a sua volta, muitos levados a sonegação, a falência, e ao não pagamento de tributos e direitos trabalhistas, garantindo a impunidade destas corporações inescrupulosas, e transferindo as dividas para pequenas empresas que fecham e desaparecem com suas dividas.
O governo não tem interesse, pois a meta de menor preço ficará limitada à redução dos lucros e custos administrativos das prestadoras.
E a maioria das prestadoras são dos políticos ou seus laranjas!!!
Acha que eles irão reduzir seus lucros para beneficiar o trabalhador tercerizado, hummm, dúvido!
Mas estou nesta luta e apóio totalmente, chega de escravidão!!
ass. Orlando J.P. Mendes
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